sexta-feira, 9 de março de 2012

Ainda pode haver tempo!



Em uma banca de flores em frente a uma praia, entra uma mulher, de cabelos longos e ondulados, meio úmido pelo sereno daquele dia frio. A mulher solitária da uma olhada a sua volta, percebendo que ninguém ira atende-la, ela fica por um minuto admirando os lírios que acaba de florescer.

 Eu fiquei a observando a forma que ela olhava aqueles belos lírios, percebi algo muito solitário, em uma pessoa tão bela, como aquela mulher alta, de face delicada, e longo cabelos ondulados poderia estar se sentindo solitária? Ou como alguém poderia deixar aquela mulher se sentir solitária? Percebi como aqueles lírios a deixava em perfeita harmonia por fora, tirando o fato de que algo a perturbava por dentro.

Quando entra na banca também, um homem alto de aparência admirável, quando ele entra na banca fita a mulher por alguns segundos, assim como eu ele percebe algo admirável nela, e algo alem disso também, ele parecia inquieto, como se quisesse dizer algo aquela angelical figura admirando aqueles belos lírios, e assim como eu parecia também viajar em pensamentos procurando hipóteses para uma explicação daquele belo anjo encurralado por seus sentimentos confusos.

O homem compra um buque de rosas para dar a sua filha, pega-o e vai saindo de vagar quando olha pra mulher uma ultima vez fitando-a por alguns segundos outra vez, mas dessa vez ela o encara e mostra-lhe um grande sorriso sincero, e voltar a admirar os lírios. O homem sem pensar duas vezes da meia volta e volta ao balcão pedindo um buque de lírios, ele meio sem graça chega bem pertinho da mulher e lhe oferece o buque, ela aceita agradece com um lindo sorriso e sem graça de conversar com ele, ela disfarçadamente Poe um papelzinho em seu bolso e sai da banca com o buque entre seus braços e um grande sorriso em seus lábios.

 O homem fica a admirando ate que ela se desapareça entre a neblina e no sereno daquele dia frio.  Quando finalmente ela desaparece ele decide ir embora ao sentido contrario de sua amada ele vai partindo como se estivesse deixando um pedaço dele ali, esperando que ela voltasse. Mesmo sabendo que acabara de conhecer aquela moça, ele sabe que seus caminhos foram traçados juntos e que nada mais pode arrancar isso dele, agora faz parte dele, ele faz parte disso, dessa sensação tão estranha, desse amor tão repentino. Ao chegar em sua casa, volta a realidade como se aquilo fosse uma ilusão, um sonho, que acabara no momento em que aquela mulher desapareceu entre a neblina, e o sereno frio e torturador o despertou desse sonho tão maravilhoso trazendo lhe de volta a dura realidade, o homem percebeu um volume em seu bolso, e tirando dele um papelzinho cuidadosamente dobrado, que se foi desdobrando na curiosidade  daquele homem apaixonado, e ele estremeceu, sentindo seu chão desabar ao ler o recado que dizia o seguinte:

 “ cansei de viver essa vida, sofrendo, sozinha como se eu não existisse nesse mundo, resolvi mudar de vida, de país. Mas não sei o motivo hoje ao acordar tive a sensação de estar fazendo a coisa errada e que meu grande amor estaria a minha espera, senti que devia passar a tarde em uma banca admirando lírios, porque encontraria meu grande amor, mas voltando a dura realidade, se realmente você sentir algo por mim, venha me buscar que serei somente sua! Meu trem partirá hoje, as cinco horas da tarde, venha me buscar que desistirei dessa viajem, pois só assim saberei  que tenho a chance de ser feliz novamente.

Estarei a sua espera..”

O homem sem saber o que fazer saiu correndo feito um louco para a estação, mesmo sabendo que não resolveria, que era simplesmente tarde de mais. Mas ele não suportaria ver seu grande amor partir sem fazer nada. Chegando a estação apenas o vento frio soprava, o vazio tomou conta de sua alma, que se jogou sentando ao chão, apenas a ouvir o barulho do trem que de longe partia, sem saber ele que rumo tomaria, sentado ali no chão com um pedaço de papel em sua mão, aquelas letras escritas, cortando seu coração, apenas sabendo que agora não há mais tempo.

Ainda com o papel e sua mão ele virou as costas do papel pegou uma caneta e escreveu:

“ simplesmente não há tempo determinado para o amor, quando ele chega, não pode haver timidez, duvidas... apenas tem que acreditar e fazer, porque ainda pode haver tempo.”

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